Radiografia

  Na Radiografia a imagem se forma em conseqüência, entre outras coisas, da interação dos fótons de Raios-X com a matéria. Esses fótons atravessam o objeto, sofrendo atenuações, causadas pela sua absorção total ou parcial. O nível de absorção depende dos elementos constituintes desse objeto. Dentro do corpo humano, por exemplo, ossos, músculos e gordura absorvem os fótons com diferentes níveis de absorção, levando a diferentes atenuações e, conseqüentemente, diferentes intensidades de radiação que chegam ao anteparo no qual a imagem será formada. Isso resulta em diferentes tons de cinza. É essa diferença que possibilita a formação do contraste, permitindo a identificação de estruturas anatômicas. A seguir são apresentados alguns problemas inerentes à Radiografia que influenciam na formação da imagem:

  A radiação espalhada, causada por fótons desviados de suas trajetórias ideais, é um outro ponto que pode constituir um problema no processamento de imagens. Por apresentar uma característica randômica, não é possível prever o seu efeito. Por isso, uma das possibilidades é que cause ruídos e redução do contraste na imagem, de acordo com Wilks(1987) e Curry III et al. (1990). Um dos tipos de espalhamento mais citados na literatura é o efeito Compton, onde parte da energia do fóton é absorvida pela matéria e outra parte permanece no próprio fóton. Ocorrendo o desvio deste fóton em uma direção inesperada, seu efeito pode ser desde ruídos e diminuição do contraste da imagem (Jackson etal.,1993) até aumento da dose no paciente.

  O efeito da radiação espalhada pode ser diminuído com a utilização de grades(Scaff, 1979), que consistem em peças compostas por uma série de faixas de chumbo separadas por espaços. Acopladas ao sistema, o seu funcionamento ideal deveria permitir a absorção da radiação espalhada sem absorver a radiação primária e, então, proporcionar o máximo contraste no filme sem aumentar a exposição do paciente. No processamento de imagens, a forma de superar o efeito da radiação espalhada é estabelecer procedimentos que removam ruídos e aumentem o contraste da imagem, como a limiarização e filtros que suprimam os sinais de alta freqüência. No entanto, estes procedimentos devem ser cuidadosos, visto que alguns componentes de alta freqüência podem constituir estruturas de interesse em um diagnóstico.


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